segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

MAIS UMA VIRADA DOCE


Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou a cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante. Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se fosse nada.” (Caio Fernando Abreu)

Hoje é 31 de dezembro de 2011, o ultimo dia do ano. O que seria de nós se este fosse o ultimo dia da vida? O ultimo dia do mundo? Seria de nós, que todos nossos sonhos, todas as nossas vontades, desejos e prazeres iam-se com ele? FATO!                                                                                              E ai o que faríamos? O que seriamos? Seriamos meros pós colocados no filtro do esquecimento. Nem mesmo o que restasse desse mundo lembraria de nós... simplesmente por que vivemos o presente de modo efêmero e o futuro de modo intenso. E como deveríamos fazer? Desculpa eu não sou um oráculo.                                                                 
A única coisa que sei dizer é que posso falar de mim,  dos presentes que já vivi e os que vivi neste ano, foram lindos... incrível que somente percebi isso no ultimo dia do ano... e por que será?  Deve ser por que estou vivendo intensamente este ultimo dia, ouvindo repeditadamente a musica  que me faz voar, que me faz viajar por muitos momentos da minha história, por ter acordado ao lado que amo e de quem sei que me ama. Por ter sonhado com o amor, com o prazer e com a alegria de estar vivo.                          Neste presente em que vivo posso dizer que muita coisa aconteceu e acontece, e digo aconteceu por que o presente aqui é o ano, este ano que verdadeiramente mostrou-me muitas vias e guias que me levavam ao nada para perceber que em meio a este nada aparente haveria muita coisa, por que na verdade, havia o que eu não queria ver, e o que sempre estava presente, mesmo que invisível.                                                                           Posso dizer então que este ano foi”O ANO”, muitas pessoas dizem: Ah! Este ano foi tenso: morte, catástrofe, chacina, falta de grana,pobreza, corrupção, e outras muitas coisas. Por que então eternizamos estas coisas ruins que acontecem em todos os carnavais, em todas as semanas santas, em todos os dias dos namorados, em todos os dias das crianças e em todos os natais, enfim, em todos os anos? Por que não eternizamos as coisas boas? Por exemplo: A Naiara arrumou um emprego e está amando alguém de verdade, mesmo que do seu jeito, A Flaviane se formou, arrumou um Pedro de Lara pra sua vida e ainda arrumou sua casa...A Poliana passou pro curso que queria e está gostando mesmo diante das dificuldades, até o Jonh Lennon arrumou um pé descalço pro seu sapato velho... A Nádia se formou, ganhou seu Notebook, ganhou uma sobrinha linda, maravilhosamente linda. Até eu me arranjei neste meio, encontrei um peixe que não é francês, mas que sabe falar minha língua(risos). Conhecemos pessoas novas e maravilhosas que tiveram e ainda têm contribuições boas para nossas vidas, ficamos mais amigos de pessoas que nem sabíamos serem tanto legais, e ficamos mais amigos  de nós mesmos e entre nós mesmos, diante das nossas experiências comuns.  A Karol passou na OAB e ainda virou o Pedro de Lara de alguém que prefiro não comentar, A Ruti encontrou o Ricardo solto pelo mundo feito vagalume escrevendo amores com suas iluminuras.. enfim gente são tantas as coisas boas que deixamos passar pelos simples fato de eternizarmos as ruins.                                
     Eu acho que criamos um dispositivo chamado futuro pra ofuscar nosso presente, isso é o que nos faz eternizar as coisas ruins que contra nós acontece e as que acontecem  com o mundo em detrimento das coisas boas.         
  Parece que vivemos pro futuro, “ Pra frente e avante”... “pra o infinito e além” como dizia aquele bonequinho astronauta da Toy Story... E vocês devem estar se perguntando agora. E o que o Lu, quer dizer com isto? Que baboseira é esta? Que História é esta de pensar no futuro, se é no futuro que devemos pensar mesmo.                                                                   O que quero dizer é que estamos vivendo um presente... um presente que nem sentimos, por estarmos encantados com o que estar por vir, e devemos nos encantar, por que isto nos motiva, mas não nos anestesiemos pra vida que vivemos aqui e agora. Vamos curtir horas a fio, ao maximo a presença de quem amamos, curtir ao máximo nossas boas ideias, a fato engraçado que acontece ao acaso, a topada que levamos que não estava na nossa agenda, vamos curtir aquela xícara de café que não era pra você   ás seis da tarde. Vamos nos curtir colegagens! Vamos curtir as amizades velhas, novas, aquelas que aparecem pouco, as que estão sempre presente. Vamos viver, O 2011 e este inicio de  2012,e  se ele se permitir  ficar viveremos mais,  se não,  ficaremos nós aqui, com nossos copos de Martini, nossa lasanha de camarão e nosso modo singular de viver o presente, de viver o nada, o doce, e sempre cantarmos como se fosse um mantra o que  cantava Caio Fernando Abreu, QUE SEJA DOCE, QUE SEJA DOCE, QUE SEJA DOCE, QUE SEJA DOCE, QUE SEJA DOCE, QUE SEJA DOCE, QUE SEJA DOCE  para que, assim como dizia o Poeta Manoel de Barros, apalpar as intimidades do mundo, desse mundo de 2012 que esta aqui e AGORA. 

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O LEITE a ROSQUINHA E OUTRAS ALEGRIAS....


Meu corpo agora passa a compor o espaço de uma xícara de leite e algumas rosquinhas de coco esfarelando-se ao tocar aquele lindo e hostil leite quente. O cenário da imersão torna-se belo, aparentemente belo. A rosca infla e desmancha-se sobre o saboroso e ofuscante leite, que quente fervilha suas emoções, ao tocar aquela rosca.                                           
 E o que sentia a rosca? E o leite? Naquela trama eles pareciam felizes, ou precisavam ser felizes, ao tornarem-se um hibrido de emoções. Pois, dali em diante eles seriam um corpo só (até segunda instancia).  
  Diante da aparente felicidade de ambos,sabia eu, da história de antes deles se fundirem, e fluírem a ponto de afirmar tanta felicidade? Como se sentia a rosca em meio a tantas roscas que iguais a elas se viam solitárias? E o leite que retirado do seu campo homogêneo passou a compor um campo estranho, a tornar-se e entrelaçar-se em um corpo estranho?                                                                                            
 Eu como corpo participante desta história, compositor e responsável pelo hibrido que se formou, digo: que as emoções não existiam antes, elas eram homogêneas. Por mais que o leite e a rosca surgissem de misturas que o tornaram  leites e roscas hibridas elas acabavam tornando-se homogêneas. E não existem emoções dentro de uma mesmice, dentro da homogeneidade. Como o leite poderia ser feliz ao ver na sua frente o mesmo leite de sempre, a mesma partícula que se misturava com a mesma partícula e dava origem a um mesmo ser. E a rosca que em meio a tantas roscas não se sentia potente porque não podia inflar, e misturar-se a outro ser a fim de tornar-se algo corporificado, se desmanchando, se dividindo e se multiplicando em tantos sentimentos que em si poderiam se inscrever.
E digo mais a rosca e o leite a partir dali tornaram – se corpos e tornaram-se fulgazes, triste, alegres, dançantes, fúnebres e donos das mais variadas , mais caóticas e mais paradoxais.formas de sentimentos que seus corpos pudessem multiplicar .                                                                                       
E agora vendo aquele instante , aquela coisa que passava despercebida por mim durante todas as noites que passei a preparar essa imanência  de corpos para me aconchegar das coisas duras de minhas rotinas.  Vendo este espaço que antes por mim era inabitável, pois tamanha sensibilidade não me acometia antes, percebi que uma coisa dali fluía, e não era o doce sabor daquela rosca ao ser incorporada no leite. O que me acometia era o fato de sentir nas vísceras, a vontade de vomitar e rasgar as palavras ao imergir-me naquele hibrido que se formava, ao compor aquela transa dionisíaca, tornando-me hibrido de minha criação, e do amor que por um momento fui capaz de criar, ali, aqui e agora.
PS: Dedico este texto aos meus sentimentos por uma pessoa muito amada. Por saber que mesmo, diante das dos contratempos que nos tornam o que chegamos a ser, que nos  tornam devir saudade, devir tristeza, devir amor etc., sei que um sentimento bom dentro de tudo isso nos tornam similares à rosca e o leite .

sábado, 23 de abril de 2011

O cisco

Chove, e minha vontade é de permear as vias noturnas desta metrópole buscando as reminiscências da alma dos dias de ontem. Cada gota me mostra em suas particulas minimas os meus desejos profundos de reminenscenciar cada dia de ontem e transfigurá-los em dias de hoje. Mas que sina! Que busca dolorosa, enfadonha e até destrutiva. A de querer tal façanha, que em meus contextos apresenta-se entre paradoxos de cisões e permissões dos sentidos.
E é nestes desejos paradoxais de não querer lembrar e reviver o reminensciável que me desfiguro por ser em meu eu: sentidos, desejos vontades e intensidades em meu bater de asas. Asas que não são as de Ícaro, mas derretem ao pulsar de um  caloroso coração acelerado ao cair no fosso das reminiscência.
E neste fosso de lembranças lanço os meus sentidos, porque eu os sou.  Os sou em desejos, vontades, intesidades  e no  bater de minhas asas.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Dança Cósmica II

Toques e retoques...Beijos e Abraços descontidos em rumos às batidas de nossas 'anatomias corporais'.
Verdades e vertentes! Eu não as quero! Quero o sabor descontido:dos beijos, de ouvir corações batendo, do cheiro da pele de alguém,
de 1001 coadjuvantes, de olhares, do fugaz e desritmico respirar, e dos pés frios e suados.
Quero o orvalho da madrugada resfriando o vidro da janela,quero a dança, a dança dos sentidos,
das cartografias dos meus desejos,e dos meus sonhos( que poderiam ser ao menos reais).No entanto o meu desfecho seria dançar nos desritmos desta musica, destas doces e suaves batidas,porém, me vejo num calabouço cheio de culpas e medos indecentes que insistem em me deixar no ritmo de uma dança unilateral que me impede de uma DANÇA DE SENTIDOS!. Entretanto vivo, e vivo, porque além de estar aprendendo a dançar, também estou aprendendo a voar.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O Corpo Complexo

Hoje(29/12/2010) voltando de uma tarde meio que tuburlada e em meio a um trânsito de transas mentais me deparei com uma cena linda, uma cena poética, de deslumbrar a alma e o coração. Vi uma dança, um corpo pariticular que dançava solto no ar. E esse corpo é nada mais nada menos que a simples NEBLINA, que ia e vinha formando sua complexidade corporal, e com seu poder imenso e coletivo de se fazer presente.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

DANÇA COSMICA

Não sou uma pessoa do sexo, mas sou da sexualidade. Tenho minha libido alimentada por desejos superficiais  e profundos: olho,boca,nariz,gestos e pensamentos.Odeio o sexo como ele é posto, mas prefiro colocá-lo dentro de um amplitude sexual: olho com olho, boca com boca voz com voz e pensamento com pensamento. Surgimos de uma dança cósmica e não apenas de uma dança de genitálias.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

Da Morte...

A morte, que medo temos desta? É tão difícil falar dela, enquanto deveria ser fácil, pois ela é muito previsível! Todo mundo vai morrer um dia. Mas a sensação que tenho é de que vivemos adiando esta conversa conosco e com os outros sobre este tema. Viver a previsibilidade da morte é um dos tremores que nos acompanha até os nossos fins. Somos muito mais adeptos de falar em temas imprevisíveis e ainda chegamos superar estes como: uma tapa na cara (podemos morrer sem levar um), uma topada, morrer sem namorar, sem beijar, sem fazer sexo... E aceitamos isso dentro de certo comodismo. Do que falar da tal “morte”.                                                                                                                                                                                         No entanto aceitar a morte é algo ainda difícil.  Penso eu que com o advento da ciência e o aprimoramento da medicina esse sentimento se intensificou cada vez mais, pois a gente ainda vê a ultima esperança por vir, enquanto o ultimo palito de fósforo ainda não é riscado para ascender à vela que rege a vida, há ainda aí uma possível esperança. Mas por que tudo isso? Por que o medo de algo previsível se não temos medo da nossa imprevisibilidade cotidiana? A morte está em outro plano, num plano desconhecido temos fobia desta face oculta do previsível. Enquanto a morte se encontra previsível dentro de um plano desconhecido, as imprevisibilidades encontram-se cada vez mais no nosso plano social e cada vez mais aceitas, isso soa tão paradoxal e tornando-se cada vez mais conhecidas, mesmo a gente vivendo à espreita diante do acontecimentodetais.Enfim não sei a que considerações chegar diante de algo tão polemico quanto a morte, saber que ela existe e sentir o poder que ela tem, me faz sentir cada vez mas medo desta, medo da perda, medo da nostalgia permanente, de não estar mais protegido e etc...portanto morte e morte e nunca irá mudar, por mais que muitos, mas muitos, termos, conceitos, estudos conscientizadores digam que é algo previsível e que deve ser visto de outra forma, nunca a veremos assim...pelo menos eu não vej