“Então, que seja doce. Repito todas as manhãs, ao abrir as janelas para deixar entrar o sol ou a cinza dos dias, bem assim: que seja doce. Quando há sol, e esse sol bate na minha cara amassada do sono ou da insônia, contemplando as partículas de poeira soltas no ar, feito um pequeno universo, repito sete vezes para dar sorte: que seja doce que seja doce que seja doce e assim por diante. Mas, se alguém me perguntasse o que deverá ser doce, talvez não saiba responder. Tudo é tão vago como se fosse nada.” (Caio Fernando Abreu)
Hoje é 31 de dezembro de 2011, o ultimo dia do ano. O que seria de nós se este fosse o ultimo dia da vida? O ultimo dia do mundo? Seria de nós, que todos nossos sonhos, todas as nossas vontades, desejos e prazeres iam-se com ele? FATO! E ai o que faríamos? O que seriamos? Seriamos meros pós colocados no filtro do esquecimento. Nem mesmo o que restasse desse mundo lembraria de nós... simplesmente por que vivemos o presente de modo efêmero e o futuro de modo intenso. E como deveríamos fazer? Desculpa eu não sou um oráculo.
A única coisa que sei dizer é que posso falar de mim, dos presentes que já vivi e os que vivi neste ano, foram lindos... incrível que somente percebi isso no ultimo dia do ano... e por que será? Deve ser por que estou vivendo intensamente este ultimo dia, ouvindo repeditadamente a musica que me faz voar, que me faz viajar por muitos momentos da minha história, por ter acordado ao lado que amo e de quem sei que me ama. Por ter sonhado com o amor, com o prazer e com a alegria de estar vivo. Neste presente em que vivo posso dizer que muita coisa aconteceu e acontece, e digo aconteceu por que o presente aqui é o ano, este ano que verdadeiramente mostrou-me muitas vias e guias que me levavam ao nada para perceber que em meio a este nada aparente haveria muita coisa, por que na verdade, havia o que eu não queria ver, e o que sempre estava presente, mesmo que invisível. Posso dizer então que este ano foi”O ANO”, muitas pessoas dizem: Ah! Este ano foi tenso: morte, catástrofe, chacina, falta de grana,pobreza, corrupção, e outras muitas coisas. Por que então eternizamos estas coisas ruins que acontecem em todos os carnavais, em todas as semanas santas, em todos os dias dos namorados, em todos os dias das crianças e em todos os natais, enfim, em todos os anos? Por que não eternizamos as coisas boas? Por exemplo: A Naiara arrumou um emprego e está amando alguém de verdade, mesmo que do seu jeito, A Flaviane se formou, arrumou um Pedro de Lara pra sua vida e ainda arrumou sua casa...A Poliana passou pro curso que queria e está gostando mesmo diante das dificuldades, até o Jonh Lennon arrumou um pé descalço pro seu sapato velho... A Nádia se formou, ganhou seu Notebook, ganhou uma sobrinha linda, maravilhosamente linda. Até eu me arranjei neste meio, encontrei um peixe que não é francês, mas que sabe falar minha língua(risos). Conhecemos pessoas novas e maravilhosas que tiveram e ainda têm contribuições boas para nossas vidas, ficamos mais amigos de pessoas que nem sabíamos serem tanto legais, e ficamos mais amigos de nós mesmos e entre nós mesmos, diante das nossas experiências comuns. A Karol passou na OAB e ainda virou o Pedro de Lara de alguém que prefiro não comentar, A Ruti encontrou o Ricardo solto pelo mundo feito vagalume escrevendo amores com suas iluminuras.. enfim gente são tantas as coisas boas que deixamos passar pelos simples fato de eternizarmos as ruins.
Eu acho que criamos um dispositivo chamado futuro pra ofuscar nosso presente, isso é o que nos faz eternizar as coisas ruins que contra nós acontece e as que acontecem com o mundo em detrimento das coisas boas.
Parece que vivemos pro futuro, “ Pra frente e avante”... “pra o infinito e além” como dizia aquele bonequinho astronauta da Toy Story... E vocês devem estar se perguntando agora. E o que o Lu, quer dizer com isto? Que baboseira é esta? Que História é esta de pensar no futuro, se é no futuro que devemos pensar mesmo. O que quero dizer é que estamos vivendo um presente... um presente que nem sentimos, por estarmos encantados com o que estar por vir, e devemos nos encantar, por que isto nos motiva, mas não nos anestesiemos pra vida que vivemos aqui e agora. Vamos curtir horas a fio, ao maximo a presença de quem amamos, curtir ao máximo nossas boas ideias, a fato engraçado que acontece ao acaso, a topada que levamos que não estava na nossa agenda, vamos curtir aquela xícara de café que não era pra você ás seis da tarde. Vamos nos curtir colegagens! Vamos curtir as amizades velhas, novas, aquelas que aparecem pouco, as que estão sempre presente. Vamos viver, O 2011 e este inicio de 2012,e se ele se permitir ficar viveremos mais, se não, ficaremos nós aqui, com nossos copos de Martini, nossa lasanha de camarão e nosso modo singular de viver o presente, de viver o nada, o doce, e sempre cantarmos como se fosse um mantra o que cantava Caio Fernando Abreu, QUE SEJA DOCE, QUE SEJA DOCE, QUE SEJA DOCE, QUE SEJA DOCE, QUE SEJA DOCE, QUE SEJA DOCE, QUE SEJA DOCE para que, assim como dizia o Poeta Manoel de Barros, apalpar as intimidades do mundo, desse mundo de 2012 que esta aqui e AGORA.
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