quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

O LEITE a ROSQUINHA E OUTRAS ALEGRIAS....


Meu corpo agora passa a compor o espaço de uma xícara de leite e algumas rosquinhas de coco esfarelando-se ao tocar aquele lindo e hostil leite quente. O cenário da imersão torna-se belo, aparentemente belo. A rosca infla e desmancha-se sobre o saboroso e ofuscante leite, que quente fervilha suas emoções, ao tocar aquela rosca.                                           
 E o que sentia a rosca? E o leite? Naquela trama eles pareciam felizes, ou precisavam ser felizes, ao tornarem-se um hibrido de emoções. Pois, dali em diante eles seriam um corpo só (até segunda instancia).  
  Diante da aparente felicidade de ambos,sabia eu, da história de antes deles se fundirem, e fluírem a ponto de afirmar tanta felicidade? Como se sentia a rosca em meio a tantas roscas que iguais a elas se viam solitárias? E o leite que retirado do seu campo homogêneo passou a compor um campo estranho, a tornar-se e entrelaçar-se em um corpo estranho?                                                                                            
 Eu como corpo participante desta história, compositor e responsável pelo hibrido que se formou, digo: que as emoções não existiam antes, elas eram homogêneas. Por mais que o leite e a rosca surgissem de misturas que o tornaram  leites e roscas hibridas elas acabavam tornando-se homogêneas. E não existem emoções dentro de uma mesmice, dentro da homogeneidade. Como o leite poderia ser feliz ao ver na sua frente o mesmo leite de sempre, a mesma partícula que se misturava com a mesma partícula e dava origem a um mesmo ser. E a rosca que em meio a tantas roscas não se sentia potente porque não podia inflar, e misturar-se a outro ser a fim de tornar-se algo corporificado, se desmanchando, se dividindo e se multiplicando em tantos sentimentos que em si poderiam se inscrever.
E digo mais a rosca e o leite a partir dali tornaram – se corpos e tornaram-se fulgazes, triste, alegres, dançantes, fúnebres e donos das mais variadas , mais caóticas e mais paradoxais.formas de sentimentos que seus corpos pudessem multiplicar .                                                                                       
E agora vendo aquele instante , aquela coisa que passava despercebida por mim durante todas as noites que passei a preparar essa imanência  de corpos para me aconchegar das coisas duras de minhas rotinas.  Vendo este espaço que antes por mim era inabitável, pois tamanha sensibilidade não me acometia antes, percebi que uma coisa dali fluía, e não era o doce sabor daquela rosca ao ser incorporada no leite. O que me acometia era o fato de sentir nas vísceras, a vontade de vomitar e rasgar as palavras ao imergir-me naquele hibrido que se formava, ao compor aquela transa dionisíaca, tornando-me hibrido de minha criação, e do amor que por um momento fui capaz de criar, ali, aqui e agora.
PS: Dedico este texto aos meus sentimentos por uma pessoa muito amada. Por saber que mesmo, diante das dos contratempos que nos tornam o que chegamos a ser, que nos  tornam devir saudade, devir tristeza, devir amor etc., sei que um sentimento bom dentro de tudo isso nos tornam similares à rosca e o leite .

sábado, 23 de abril de 2011

O cisco

Chove, e minha vontade é de permear as vias noturnas desta metrópole buscando as reminiscências da alma dos dias de ontem. Cada gota me mostra em suas particulas minimas os meus desejos profundos de reminenscenciar cada dia de ontem e transfigurá-los em dias de hoje. Mas que sina! Que busca dolorosa, enfadonha e até destrutiva. A de querer tal façanha, que em meus contextos apresenta-se entre paradoxos de cisões e permissões dos sentidos.
E é nestes desejos paradoxais de não querer lembrar e reviver o reminensciável que me desfiguro por ser em meu eu: sentidos, desejos vontades e intensidades em meu bater de asas. Asas que não são as de Ícaro, mas derretem ao pulsar de um  caloroso coração acelerado ao cair no fosso das reminiscência.
E neste fosso de lembranças lanço os meus sentidos, porque eu os sou.  Os sou em desejos, vontades, intesidades  e no  bater de minhas asas.

sexta-feira, 1 de abril de 2011

Dança Cósmica II

Toques e retoques...Beijos e Abraços descontidos em rumos às batidas de nossas 'anatomias corporais'.
Verdades e vertentes! Eu não as quero! Quero o sabor descontido:dos beijos, de ouvir corações batendo, do cheiro da pele de alguém,
de 1001 coadjuvantes, de olhares, do fugaz e desritmico respirar, e dos pés frios e suados.
Quero o orvalho da madrugada resfriando o vidro da janela,quero a dança, a dança dos sentidos,
das cartografias dos meus desejos,e dos meus sonhos( que poderiam ser ao menos reais).No entanto o meu desfecho seria dançar nos desritmos desta musica, destas doces e suaves batidas,porém, me vejo num calabouço cheio de culpas e medos indecentes que insistem em me deixar no ritmo de uma dança unilateral que me impede de uma DANÇA DE SENTIDOS!. Entretanto vivo, e vivo, porque além de estar aprendendo a dançar, também estou aprendendo a voar.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O Corpo Complexo

Hoje(29/12/2010) voltando de uma tarde meio que tuburlada e em meio a um trânsito de transas mentais me deparei com uma cena linda, uma cena poética, de deslumbrar a alma e o coração. Vi uma dança, um corpo pariticular que dançava solto no ar. E esse corpo é nada mais nada menos que a simples NEBLINA, que ia e vinha formando sua complexidade corporal, e com seu poder imenso e coletivo de se fazer presente.